quarta-feira, 27 de julho de 2022

Qual a visão de Brasil e América Hispânica que temos?



É preciso sempre deixar bem claro que nossa iniciativa é meramente um movimento CULTURAL. Quando dizemos que o Brasil se insere no universo hispano, nos referimos às suas raízes ibéricas que não veem diferença entre Portugal e Espanha no além mar, também da tradição católica e do modus vivendi. Porém jamais queremos dizer com isto, que nossa organização defende a aniquilação do Brasil enquanto nação soberana, reconhecemos e prezamos pelo Estado brasileiro independente, a aproximação com a Ibéria é cultural e filosófica, e não política ou administrativamente. O Brasil é uma nação independente desde 7 de setembro de 1822 e uma república desde 15 de novembro de 1889, e assim respeitamos. A pátria que acolheu nossos antepassados, meu próprio pai imigrante, por mais que culturalmente seja pertencente à iberoesfera, não pode nunca perder a sua soberania. Espanha e Brasil, assim como Portugal, são nações irmãs e na base da amizade devem construir um futuro em conjunto para dar soluções ao mundo ibérico, mas cada qual com a sua respectiva autonomia. As fronteiras que visamos derrubar são simbólicas, as nações em questão têm suas leis próprias, modelos representativos, formas e sistemas de governo e representantes legítimos, eleitos ou por direito de sangue (no caso da Espanha sendo monarquia, apesar do chefe de governo, o cargo de primeiro ministro, ser através do voto) e isto será respeitado, a autodeterminação dos povos e o Direito à liberdade e a plena exploração de suas potencialidades dentro de seu respectivo território, sem ultrapassar a linha limítrofe que nos divide ou o oceano que nos separa. Também o respeito aos símbolos nacionais, como as cores, bandeiras e selos que são os legítimos representantes de seus respectivos povos.

A União Ibérica de 1580-1640 é interpretada por nós como mero passado saudosista, e utilizado ilustrativamente para simbolizar essa união de povos irmãos e nações forjadas pela latinidade no além mar, e não na tentativa de se formar um novo império deixando submissa a nação brasileira ou qualquer outra república da Hispanoamérica. Tecemos críticas e elogios aos caudilhos como Bolívar, Martí, San Martin, Artigas, O´Higgins e D. Pedro I, mas reconhecemos seus esforços e as nações independentes que eles forjaram, pois mesmo assim, jamais romperam o cordão umbilical com a madre pátria, esta, que nos serve de norte como inspiração e não metrópole.

Que fique claro esse intento de união cultural e não administrativa, pois somos patriotas ao Brasil, sendo assim, embora reconhecemos a importância das nações que o formaram, os povos nativos, bem como os africanos transplantados e demais imigrantes nacionalizados fazem parte de nosso povo, ao qual gostaríamos de reverenciar e pertencemos. Isto é também a hispanidade, a salada de povos que se fundem e as múltiplas nações que geraram e comunidades pelo mundo (sobretudo dos Estados Unidos que tem uma das maiores).

Viva o mundo lusófono, a Lusitânia ou a Ibéria confederada (culturalmente) e a aproximação pela amizade de toda nossa América! Deixemos de lado o projeto imperialista do bolivarianismo que sequestrou a figura de Bolívar e a deturpou, para uma América de cooperação econômica pelo mercado comum Mercosul, porém também espiritual, que encontre seu caminho na latinidade pela diversidade e uma unidade fraterna de várias soberanias cada qual em seus países livres, sem subserviência, com autonomia de suas Constituições e legislação, justamente o que o projeto centralizador bolivarianista e do Foro de São Paulo querem destruir - há de se tomar cuidado com as organizações supranacionais.

Promovemos a aproximação cultural, o único movimento que deve estar acima das fronteiras, e nenhum projeto imperialista seja de qual ordem for!

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