O Brasil é um país
continental e de culturas muito peculiares em cada região, embora tenhamos uma
unicidade. Muito se fala da Revolução Farroupilha do Rio Grande do Sul, que se
insurgiu contra o Império Brasileiro (1822-1889), mas você sabia que o nordeste
também teve a sua insurreição? É muito importante entender das diferentes
regiões do Brasil, pois as suas singularidades compõem frações de uma cultura
nacional, que apesar de múltipla, tem uma simbiose. O gaúcho, o caipira, o
caboclo, o sertanejo, o tropeiro, o pantaneiro ou qualquer outra manifestação
típica de uma espécie de gentílico, ou melhor, definição de povo de alguma
região, foi alterada com a introdução de estrangeirismos. O caipira paulista
herdou muito do carcamano italiano, do sírio libanês e do nipônico, bem como o
gaúcho germanizou-se e o nordestino tem algo do neerlandês e do batavo. Porém o
cerne de cada cultura regional conservou um embrião que faz o território vasto
que os bandeirantes e retirantes nômades povoaram um país mais em comum do que
imaginamos.
Pouco antes da
independência do Brasil (em 7 de setembro de 1822), vários movimentos
republicanos, inspirados pela república francesa pós revolução, pipocaram por
todo o país. Em Pernambuco houve em 1817 um levante, mas foi suprido pelo império
e algumas figuras importantes foram perdoadas. Uma figura expoente do movimento
pernambucano era Frei Caneca (executado depois), imaginavam um país republicano
que englobaria além de Pernambuco, o Piauí, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Ceará e
a antiga Comarca do Rio São Francisco, que hoje pertence ao oeste baiano e
partes de Goiás. O nome da região seria a Confederação do Equador.
Os revoltosos
criticavam José Bonifácio, o patrono da independência, mas aceitaram a
monarquia na esperança de uma autonomia regional. Quando a revolta se
instaurou, o império brasileiro teve que pedir ajuda ao exército britânico, sob
o comando de Thomas Cochrane, que conteve a rebelião. Muito se fala dos estados
do sul confederados norte-americanos, mas o nordeste já lutou por sua autonomia
e contribuiu para o movimento republicano brasileiro, que depois viria a ter
mais presença em São Paulo, mas isso só no final do século XIX.
As diversas
tentativas de secessão em nosso território trouxeram um carinho para com o
regionalista e seu bairrismo, mas sem nunca abalar o sentimento nacional. No
meu caso mesmo, sou filho de imigrante espanhol por parte de pai, e de avó
caipira e avô sertanejo por parte materna, este último que veio à Paulistânia e
aqui se fixou. São Paulo tem a sua cultura própria, que é a resultante da
expressão nacional e mundial. É perfeitamente possível celebrar 1932 (e eu sei
que é errado atribuir separatismo ao movimento) bem como os restantes eventos
do Brasil.
Bento Gonçalves e
Garibaldi não são só heróis sulistas, é perfeitamente recomendado que sejam
estudados e reverenciados em outras regiões, bem como os Malês da Bahia, a
Cabanagem, a Sabinada, Balaiada, a Revolta dos Alfaiates etc. Acima de tudo,
republicanos ou não, devemos reconhecer o nosso passado imperial. Não na
tentativa de se copiar modelos antigos restritos ao tempo, mas reinventarmos um
Brasil com as características municipalistas que irão compor um todo ligado a
uma centralidade que nacionaliza a nós todos.
O marechal Cândido
Rondon forjou o centro-oeste e o norte, vencemos a batalha contra os bolivianos
e hoje o Acre é também Brasil! Graças ao célebre Rio Branco e suas habilidades
diplomáticas. Do Oiapoque ao Chuí, somos um só povo. E a competição de
narrativas, se o país começou com a chegada de Cabral a Porto Seguro, ou após a
Batalha de Guararapes, ou com a independência de 1822, não leva a lugar algum.
São todas estas juntas!
Somos a matriz Jê,
ou o tronco Tupi, os Kalapalos ou Charruas, somos os Iorubás, os Bantos e
sudaneses, todos unidos baixo a portugalidade e a hispanidade! As culturas são
tão autênticas, que faz do nosso país uma unidade na diversidade!
No nordeste a principal influência dissimulada é a do judaísmo e cripto judaismo dos sertões. Diversas práticas sincréticas de judaísmos são observadas naquela região e há no Youtube um bom documentário sobre esse tema. Essa influência (judia) foi muito forte naquela região e muito menor no sudeste e sul (falando até o século XIX).
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