sábado, 27 de agosto de 2022
sexta-feira, 12 de agosto de 2022
sábado, 6 de agosto de 2022
terça-feira, 2 de agosto de 2022
Por um país resultante dos municipalismos
O Brasil é um país
continental e de culturas muito peculiares em cada região, embora tenhamos uma
unicidade. Muito se fala da Revolução Farroupilha do Rio Grande do Sul, que se
insurgiu contra o Império Brasileiro (1822-1889), mas você sabia que o nordeste
também teve a sua insurreição? É muito importante entender das diferentes
regiões do Brasil, pois as suas singularidades compõem frações de uma cultura
nacional, que apesar de múltipla, tem uma simbiose. O gaúcho, o caipira, o
caboclo, o sertanejo, o tropeiro, o pantaneiro ou qualquer outra manifestação
típica de uma espécie de gentílico, ou melhor, definição de povo de alguma
região, foi alterada com a introdução de estrangeirismos. O caipira paulista
herdou muito do carcamano italiano, do sírio libanês e do nipônico, bem como o
gaúcho germanizou-se e o nordestino tem algo do neerlandês e do batavo. Porém o
cerne de cada cultura regional conservou um embrião que faz o território vasto
que os bandeirantes e retirantes nômades povoaram um país mais em comum do que
imaginamos.
Pouco antes da
independência do Brasil (em 7 de setembro de 1822), vários movimentos
republicanos, inspirados pela república francesa pós revolução, pipocaram por
todo o país. Em Pernambuco houve em 1817 um levante, mas foi suprido pelo império
e algumas figuras importantes foram perdoadas. Uma figura expoente do movimento
pernambucano era Frei Caneca (executado depois), imaginavam um país republicano
que englobaria além de Pernambuco, o Piauí, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Ceará e
a antiga Comarca do Rio São Francisco, que hoje pertence ao oeste baiano e
partes de Goiás. O nome da região seria a Confederação do Equador.
Os revoltosos
criticavam José Bonifácio, o patrono da independência, mas aceitaram a
monarquia na esperança de uma autonomia regional. Quando a revolta se
instaurou, o império brasileiro teve que pedir ajuda ao exército britânico, sob
o comando de Thomas Cochrane, que conteve a rebelião. Muito se fala dos estados
do sul confederados norte-americanos, mas o nordeste já lutou por sua autonomia
e contribuiu para o movimento republicano brasileiro, que depois viria a ter
mais presença em São Paulo, mas isso só no final do século XIX.
As diversas
tentativas de secessão em nosso território trouxeram um carinho para com o
regionalista e seu bairrismo, mas sem nunca abalar o sentimento nacional. No
meu caso mesmo, sou filho de imigrante espanhol por parte de pai, e de avó
caipira e avô sertanejo por parte materna, este último que veio à Paulistânia e
aqui se fixou. São Paulo tem a sua cultura própria, que é a resultante da
expressão nacional e mundial. É perfeitamente possível celebrar 1932 (e eu sei
que é errado atribuir separatismo ao movimento) bem como os restantes eventos
do Brasil.
Bento Gonçalves e
Garibaldi não são só heróis sulistas, é perfeitamente recomendado que sejam
estudados e reverenciados em outras regiões, bem como os Malês da Bahia, a
Cabanagem, a Sabinada, Balaiada, a Revolta dos Alfaiates etc. Acima de tudo,
republicanos ou não, devemos reconhecer o nosso passado imperial. Não na
tentativa de se copiar modelos antigos restritos ao tempo, mas reinventarmos um
Brasil com as características municipalistas que irão compor um todo ligado a
uma centralidade que nacionaliza a nós todos.
O marechal Cândido
Rondon forjou o centro-oeste e o norte, vencemos a batalha contra os bolivianos
e hoje o Acre é também Brasil! Graças ao célebre Rio Branco e suas habilidades
diplomáticas. Do Oiapoque ao Chuí, somos um só povo. E a competição de
narrativas, se o país começou com a chegada de Cabral a Porto Seguro, ou após a
Batalha de Guararapes, ou com a independência de 1822, não leva a lugar algum.
São todas estas juntas!
Somos a matriz Jê,
ou o tronco Tupi, os Kalapalos ou Charruas, somos os Iorubás, os Bantos e
sudaneses, todos unidos baixo a portugalidade e a hispanidade! As culturas são
tão autênticas, que faz do nosso país uma unidade na diversidade!
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
Comentários hispânicos # 1 - Defensa de la Hispanidad - Ramiro de Maeztu
Inaugurando
o canal da Hispanidade BR no YouTube, a primeira live sobre o tema principal
popularizado por Ramiro de Maeztu no seu livro mais conhecido “La Defensa de la
Hispanidad” que usamos como base para o tema e também nosso movimento cultural.
A Eutáxia - Gustavo Bueno
Gustavo
Bueno foi uma das figuras mais importantes à Hispanidade. Pertenceu à Escola
das Astúrias e escreveu sobre diversos temas filosóficos. Seu legado é o que
chamam de “materialismo filosófico”, assim como Marx inverteu as ideias de
Hegel, ele tentou fazer com as próprias ideias marxistas (um materialismo ao
revés) defendendo questões que os herdeiros da luta de classes desconhecem ou
ignoram.
A
Eutáxia é um núcleo harmonizador, não é que parte da centralidade as coisas,
mas ela estrutura a partir das partes, atomizadas ou não, é o equilíbrio das
forças antagônicas da sociedade.
Não
se pode explicar o líder apenas pelos aspectos psicológicos e sociológicos, mas
tem o político. Não é só o carisma. Há de se ver o Desclassamento (de remover
da categoria de classes). É sair do grupo e ter uma visão holística, governar
para o todo.
A
política de Aristóteles – bom ordenamento, boa organização. Não é apenas o
aspecto ético e moral, não é a ideia de bem comum, são termos formalmente políticos.
Que tenha a capacidade suficiente para que esta organização política persista
ao longo do tempo. Gustavo Bueno discorre sobre o comunismo e o capitalismo,
ambos seriam modelos de regimes que estariam em constante movimento,
precisando, pela lógica etapista e progressista, que um estágio supere o outro
sempre. A mobilidade e dinamismo anularia os axiomas e estruturas básicos para
a manutenção de qualquer sociedade minimamente saudável. Não quer dizer que não
se deva ocorrer a mudança e o aprimoramento tecnológico, mas este não deve
comprometer a estrutura, é ela que tem que se adequar aos novos tempos,
transformando-se dentro das inovações ao mesmo tempo conservando-se. A economia
deve ser livre e aberta, liberal no sentido das relações de comércio, ao mesmo
tempo que a sociedade deve manter instituições da cultura que a ordenam. É
possível uma harmonia entre ambas. Não é manter apenas oligarquia política,
preservar as elites políticas, mas a sociedade como um todo.
A
prólepsis, ou proléptico, são projetos para o futuro que surgem de questões
históricas, são as questões históricas que definem o futuro! Seriam as funções
de processos históricos pretéritos, para planificar o futuro.
Toda
Constituição tem uma ideologia e pressupostos políticos ideológicos. Ela não é
neutra, tem prerrogativas do grupo social que a elaborou e domina a sociedade.
A constituição mexicana, produto da revolução mexicana, construída a partir de
pressupostos revolucionários muito claros, devido as invasões do país pelos
Estados Unidos em 1914, 1915-16, Pancho Villa e depois Carranza na
implementação da Constituição levava os eventos recentes em conta. A ideia do
Estado intervir na economia de uma forma mista também. Quase um século depois Vicente
Calderón quis reformar a Constituição. Isto é uma prova que ela vai se
alterando mediante as demandas e ideologias temporais, é ingenuidade ou mau
caratismo achar que seria neutra.
A
do Brasil, saindo de um regime militar e uma constituição feita no contexto de
uma abertura que priorizou as ideologias daqueles que voltaram com a anistia. O
Partido dos Trabalhadores não votou pela Constituição embora a linha desde
Tancredo vai desaguar no Ulysses Guimarães e a carta promulgada em 1988.
O
contrário de Eutáxia é Distáxia. Nenhuma sociedade política pode sobreviver sem
alguns objetivos definidos. Tem um choque entre o proléptico e a realidade,
gerando a ditáquia, e daí vem o perigo de uma sociedade política desaparecer.
Exemplo: Os planos quinquenais e ideologias do partido que aconteceu na URSS. Objetivos
inviáveis, depois de Lenin principalmente. Tudo aquilo foi contrário ao que o
próprio Marx escreveu, na Crítica ao Programa de Gotha, etc. O problema da
Eutáxia não é moral, não é um juízo de valor, se fala da aplicação da Eutáxia
nesse processo histórico, vendo a partir de um “laboratório” que analisa por
óticas baseadas no empírico.
As
ordens do poder político, executivo e de mando, não quer dizer que precede ao
poder físico, às vezes se usa do poder físico, que é inerente ao ser humano e
anterior às sociedades políticas. Em muitos casos precisa de um empurrão,
quando a ordem se vê ameaçada, igual quando se reprime uma manifestação que
pode perder o controle. É um ato de força, que tem que ser policiada também,
sem que venha da centralidade desmedida é haja coercivamente suprimindo as
liberdades individuais. Ao contrário, é em nome das autonomias e garantias
individuais que ela deve agir.
O
poder político é de longa duração, os Estados são seculares, e diferentes do
poder político que é limitado e temporário. É óbvio e imprescindível que haja
forças divergentes em um Estado, não existe unanimidade em nenhuma sociedade.
Se um lado da correlação de forças pensa em revolução permanente no sentido de
totalidade do poder, onde não pode haver oposição e não dialoga com o
contraditório, ele anula a ideia de harmonia. Nenhuma ditadura é benéfica, mas
há de se reconhecer que o processo brasileiro foi diferente no sentido de
permitir uma oposição, o MDB, e ter uma alternância de poder, diferente das
personalistas e totalitárias que se fundiam no líder e sufocaram qualquer
questionamento ou oposição (como as do leste europeu). Para muitos defensores
da autarquia, a ditadura, inclusive a do proletariado, para se fazer valer
precisa erradicar qualquer resistência, e isto é inviável à democracia.
As
confederações e organizações de grupos humanos sem Estado não podem estar
consideradas sociedades políticas no sentido da política que é entendida pela
Eutáxia. Seria a política aparente ou falsa política, mas não operam dentro do jogo
político legalista e estatal. A nação precede o Estado, mas todo Estado tem uma
nação, a política surge com o Estado nação, que pode ser imperial, um império
ou a junção de vários Estados e entes federados.
Gustavo
Bueno foi um nome expoente da intelectualidade espanhola mais recente. Seus
apontamentos, dentre vários, podem ser entendidos aos defensores da hispanidade
para uma ideia de aperfeiçoamento de seus países, sem deixar a célula máter da
cultura se perder em tempos tão sombrios.
Qual a visão de Brasil e América Hispânica que temos?
É preciso sempre deixar bem claro que nossa iniciativa é meramente um movimento CULTURAL. Quando dizemos que o Brasil se insere no universo ...

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